11 de jul. de 2010

OBSERVAR A NATUREZA ENSINA A LIDAR COM A VIDA




O ser humano alcançou o nível de desenvolvimento que possui hoje, em grande parte, por saber colocar a natureza para trabalhar por ele.
 Na época das cavernas, a lança feita de pau e pedras matava os animais para garantir o sustento, bem como o cultivo dos próprios alimentos deu a liberdade de viver a vida independente dos ciclos e mudanças de tempo.
Por isso, pode se sentir um pouco desconectado das alterações naturais, mas precisa ter consciência que faz parte da mesma natureza que domina.



O consultor de Feng Shui, Franco Guizzetti,
que mantém o
site Alma Serena
( http://www.almaserena.com.br/ ),
 afirma que as pessoas precisam parar o ritmo alucinante da rotina e observar as natureza para aprender mais a respeito do comportamento humano.
“A natureza nos mostra que tudo na vida e mutável.
 Que nada é eterno e tudo morre. Mas renasce.
Tudo tem um ciclo natural, o tempo certo, o momento mais acertado para agir.
O ser humano aprendeu que há o momento mais indicado no ano para plantar arroz e que leva um tempo para crescer e colher.
 Logo, não adianta plantar na época imprópria e colher antes da hora.”

 
A consciência de que, como no ritmo da Terra, tudo está em movimento, pode ensinar a lidar com as dificuldades e aceitar que tudo passa, mesmo as fases que as pessoas gostariam que permanecessem imutáveis para sempre.
 A psicóloga e doutora em psicologia transpessoal Vera Saldanha acredita que os processos internos do ser humano são reflexo do que se passa na natureza, do lado externo.
“Há que se aceitar nosso ciclo de vida, cada etapa, a juventude, a maturidade, a infância. Tudo tem seu encanto e beleza, o desfrutar com sabedoria de cada ciclo e beleza vai depender muito da aceitação que temos para com aquela etapa, aquela situação.”



Observação

A psicóloga ressalta ainda que observar e comungar com a natureza torna as pessoas mais sábias, lúcidas e desapegadas. “Se quisermos reter em nossas mãos as sementes da vida, por medo de perdê-las, elas não germinarão, não florescerão, e deixarão de dar frutos”, diz.
Dessa forma, o ser humano desenvolve a capacidade de viver com intensidade o momento presente, sem sofrer pelo que já passou ou preocupar-se com o que ainda virá.
É preciso estar sempre o mais presente no aqui e agora, de acordo com Vera.
 “O momento presente é sempre o mais rico e oportuno, pois é o único instante de fato real, que podemos ser e fazer algo de bom, belo e verdadeiro para nós, para o outro e para o planeta.”





Na linha da passagem bíblica de Eclesiastes, capítulo 3, versículo 1, o consultor de Feng Shui Franco Guizzetti acredita que observando e repeitando a natureza o ser humano aplica o conhecimento na vida pessoal e profissional, consciente de que tudo acontece e deve ser realizado no tempo certo.
Assim, aprende que no dia a dia há ciclos, momentos de esperar e momentos de agir, sabe quando deve andar e quando deve parar.
Além disso, transpõe essa aprendizagem para o relacionamento com os outros, uma vez que deve ser respeitado o momento de cada um, pois cada pessoa tem seu próprio ciclo ou velocidade.
A psicóloga especialista em psicoterapia
cognitivo-comportamental Mara Lúcia Madureira
afirma que há muito se sabe sobre a influência das marés na reprodução de determinadas espécies; das fases da lua no plantio e cultivo agrícola; do ciclo dia-noite, no desempenho das funções sono-vigília e cognitivas; das estações do ano na manifestação de doenças sazonais como a depressão endógena. Porém, continua, são relativamente recentes estudos científicos sobre a relação dos ciclos ambientais e variações dos ritmos biológicos, antes atribuídos ao misticismo e religiões.
 
 
Estagnado x durável



Assim como os processos naturais indicam a necessidade de saber a hora de agir, são sinais também sobre o momento de respeitar o silêncio e sossegar diante dos processos sucessivos da existência humana.
É necessário, no entanto, saber discernir entre calma para tecer novas realidades e estagnação causada por comodismo e medo de mudanças, algumas vezes, necessárias.



“Aceitar os ciclos significa não só acolher o que não pode mudar naquele momento como reconhecer o que está estagnado.
 Uma situação duradoura pode significar um momento de casulo, de aparente inércia, mas na qual processos incontáveis estão acontecendo, assim como a semente sob a terra que ainda não germinou.
 Precisamos enxergar não somente com o olhar imediatista, mas com o coração que sente o invisível”,
avalia a psicóloga Vera Saldanha.



Quanto mais conectado às mudanças e transformações próprias do processo natural da vida, mais fácil será escolher entre os momentos da vida.
 Para Vera Saldanha, a ansiedade crescente do ser humano, a falta de contato com os ciclos da vida da terra, de apreciar as estrelas, a lua, o sol nascente, levam à perda do sentido, da sensibilidade para distinguir entre uma água parada, estagnada de odor fétido, e algo em gestação silenciosa para um porvir melhor.
 “A forma de discernir tais diferenças em todas as sutilezas e nuances exige, sem dúvida, o aquietar da mente, apaziguar nossas emoções, permitir que uma percepção interior nos traga maior discernimento.”



Mesmo o que é duradouro precisa, às vezes, ser movimentado para que a vida flua e traga novos modos de ver e se envolver com o processo de existir.
Na opinião do consultor de Feng Shui, Franco Guizzetti, tudo o que é duradouro tem que se renovar, senão estagna.



Ele utiliza o seguinte exemplo: em uma relação amorosa, seja ela um casamento ou namoro, os amantes que estão apaixonados querem que esse amor dure para sempre (duradouro); mas, para isso, a relação deve ser sempre renovada e apimentada.
 “Ela continua duradoura, mas renovada. Se não se renovar, o relacionamento fica chato. Um emprego duradouro é ótimo. Mas, fazer a mesma coisa sempre, sem desafios, é cansativo. Irá estagnar.”


 
 
 
 
Fonte: Diário Web































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