17 de jun. de 2010

ELES COMEM, RESPIRAM E NADAM NO PETRÓLEO




Conheça cinco animais ameaçados pelo derramamento de óleo nos EUA

Aves e mamíferos aquáticos estão entre os mais prejudicados.


O líquido negro e pegajoso que gruda nas asas dos pássaros é apenas uma parte do desastre ambiental causado pelo derramamento de petróleo que atinge a costa dos EUA no Golfo do México.
Segundo Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, em inglês) dos EUA, o óleo pode irritar pele, os olhos e membranas dos animais marinhos.
 Além disso, seus gases podem causar problemas pulmonares e, se ingerido, causa úlceras, sangramentos e irritações, além de problemas no fígado e nos rins.




Conheça alguns dos animais mais ameaçados pela mancha de óleo no Golfo do México



Tartaruga marinha


Além de colocar ovos nas praias, agora contaminadas, elas podem se intoxicar com o óleo, afundar e morrer.
 Algumas espécies que vivem na região já estão ameaçadas de extinção, como a tartaruga-de-couro, a maior do mundo.







 Golfinho


O grupo dos cetáceos, como golfinhos, baleias, cachalotes e orcas têm a pele sensível e precisam subir à superfície para respirar.
 Quando fazem isso, além de se sujar de óleo, podem inalar gases tóxicos, que causam problemas pulmonares.








Atum vermelho


Já ameaçado pela pesca excessiva, o peixe, também chamado de atum azul, desovou no mês de maio, justamente durante o espalhamento do óleo, que pode matar as larvas do animal.
Os adultos também estão em risco, já que o petróleo pode grudar em suas guelras (órgão respiratório dos peixes).





Pelicano-marrom

A ave é o símbolo da Luisiana, o estado mais atingido pela "maré negra".
O bicho já vinha sendo ameaçado pela destruição de seu território, e agora é um dos bichos que mais sofre com o óleo, pois procria e se alimenta na costa, onde o petróleo se acumula.





 Peixe-boi


O animal, que vive próximo à costa, se alimenta de vegetais, que podem estar contaminados com óleo. Além disso, a mancha pode impedir que a luz do sol penetre na água, dificultando o crescimento dessas plantas, alerta a ONG Save the Manatee Club.


 

As aves e os mamíferos ainda podem morrer de frio.
"Eles perdem a capacidade de impermeabilização, pois a pele deles é recoberta por uma camada especial de gordura, e o petróleo permite que a água penetre. No caso das aves, também é perdida a capacidade de voar",
explica o oceanógrafo Gilberto Fillmann, professor da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).

 
De acordo com o especialista, enquanto o óleo está no alto mar ele se dilui com facilidade e os animais conseguem fugir da mancha.
Quando chega à costa, porém, o petróleo começa a se acumular e os bichos não têm para onde escapar.

 
Pelicano-marrom sujo de óleo é visto em praia da Louisiana, nos EUA.
Além não conseguirem mais voar, as aves podem morrer de frio por perderem uma película de proteção que é afetada pelo óleo. Elas também podem ingerir petróleo quando tentam tirá-lo de suas penas.


Recuperação

O perigo para o ambiente não cessa quando o vazamento de petróleo é contido. "Em um mangue, o óleo pode demorar dezenas de anos para sair", diz Fillmann.
"Os organismos voltam a povoar a costa, mas os hidrocarbonetos [componentes do petróleo] vão sendo liberados em um nível maior do que o tolerado. Em longo prazo será afetada a capacidade reprodutiva, o sistema imunológico, os hormônios."


Para os animais que conseguirem sobreviver ao desastre, existe chance de recuperação. Segundo o oceanógrafo, o petróleo pode ser expelido do corpo ao longo do tempo, já que seus componentes são orgânicos e os bichos têm mecanismos para expulsá-los
"O óleo não se acumula na cadeia alimentar. É diferente do que acontece com o DDT e alguns metais", conta



Fontes: Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), Defenders of Wildlife e Save the Manatee Club.













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