Cães dos bombeiros recebem certificação
internacional de busca e resgate
Tudo não passa de uma grande brincadeira para os animais, mas para o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) o assunto é sério.
Nesta sexta-feira (13), quatro cães foram aprovados na 1ª Prova Nacional de Certificação Operativa para Cães de Busca e Resgate, no Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis.
O certificado é emitido pela Organização Internacional de
Cães de Resgate (IRO), da Áustria, e reforça a posição do Estado como referência nacional.
“O animal pensa que está brincando, pois, após cumprir a tarefa, recebe um presente”, explica o tenente Zevir Cipriano Júnior, bombeiro cinotécnico.
Após os desastres ocasionados pelas chuvas em 2008, o CBMSC decidiu investir em capacitação e treinamento dos binômios, como são chamadas as duplas formadas por um cão e um condutor.
“Os cães são muito importantes para a segurança do trabalho dos bombeiros, pois vão aonde não podemos ir”, afirma o coordenador dos bombeiros cinotécnicos, capitão Walter Parisotto.
Ele conta que a opção foi por testes mais rígidos, o que fez com que alguns não fossem aprovados.
“Mas isso não significa que não sirvam, pois têm alta capacidade técnica e certificações nacionais, com pelo menos dois anos de treinamento intenso”, complementa.
“É importante que a população saiba que estamos aptos a oferecer o melhor serviço e, por isso, estamos buscando seguir o padrão mundial”, afirma o tenente Zevir.
Ele lembra que os animais tiveram dificuldades para encontrar sobreviventes e vítimas nas tragédias de 2008 por causa da lama espessa, o que levou os bombeiros a desenvolverem um projeto inédito, que está em andamento, focado no resgate em deslizamentos.
Uma das estrelas da corporação é Zorg, um labrador de 8 anos.
“Ele é o único no Brasil que tem certificação rural e urbana em nível B, a mais alta”, conta orgulhoso o seu condutor, o bombeiro civil profissional Ivanir Busaquera. Ele explica que Zorg tem o perfil ideal para busca e salvamento:
“É um cão calmo, que não passa correndo para tudo que é lado, então ele percebe mesmo quando o odor é pouco e profundo.”
Zorg e Ivanir ficaram acampados no Rio Vermelho, junto com os outros 13 binômios, desde a noite de quarta-feira (11), onde passaram por três etapas de testes.
Na manhã seguinte fizeram uma simulação de busca em mata fechada, procurando uma pessoa perdida, e no período da tarde passaram pela prova de obstáculos.
Na manhã de hoje, passaram pelo rastreamento de restos mortais e pelo teste de obediência.
Para Ivanir, o segredo está na convivência com o animal. Zorg mora com ele em Xanxerê, desde que era filhote.
“Ele, como todo labrador, gosta do ser humano, o que facilita. Assim, faz tudo o que pedimos, bastando treiná-lo e entendê-lo”, afirma, lembrando que o cão esteve no Morro do Baú, em 2008, e “já fez e viu de tudo”.
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